Mas você já pensou no que você quer fazer antes de brincar de forca? Digo… casar?
Bom, se responder que quer visitar igrejas, reservar salão de festas e experimentar 35 qualidade diferentes de salgadinho, seu caso é crítico. Se essa for sua situação, leia com atenção as dicas abaixo. Se não for, leia com atenção também. Porque qualquer dia desses aí o mosquitinho do amor te pica e aí, meu(minha) caro(a) amigo a), provavelmente vai ser tarde demais para cumprir a lista toda.
Antes de casar você tem que fazer aquela viagem dos sonhos. Agora se sua viagem dos sonhos for Paris com o seu amor, guarde ela na gaveta da lua de mel. Esse é o momento de se jogar, viver tudo até o último centavo de euro sem se preocupar com nada – a menos que você vá para o Reino Unido, onde brasileiros brotam do chão e é possível que você dê de cara com seu vizinho ou sogro. Conhecer as cidades de dia, conhecer a vida boêmia à noite. Lembre-se que depois de juntar os trapinhos a vida boêmia pode até continuar, mas não com a frequência que você queria.
É estritamente cultural, juro. Diamantina é uma cidadezinha histórica de Minas Gerais que vira um universo paralelo na época de carnaval, para onde migram pessoas de leste a oeste e de norte a sul do Brasil e do globo terrestre, o que aumenta seu escopo de conhecer diversas culturas em quatro dias. Aliás, pular carnaval alucinadamente antes do juízo final é sempre uma boa ideia, seja em Minas, em Salvador, no Rio. Essa prática dificilmente voltará a acontecer na vida civil a dois.
Como assim você não vai para Las Vegas? Sua melhor oportunidade de torrar uma grana preta por causa de baralho sem ninguém por perto pra te regular ou criticar porque “você tá gastando demais, não acha, não? E o leitinho das crianças?”. Olha, Vegas é a cidade onde o dinheiro é seu, a vida é sua e dá pra ver na prática se casar é bom, já que as capelas de lá são baratinhas. Só certifique-se de que o casamento seja de mentira, só para zoar. Senão daqui a pouco você volta pro Brasil e, quando quiser, não vai poder casar por aqui. Triste isso, né?
E não interessa se a paixão do seu par for comida japonesa, porque se você gostar de culinária italiana, é pro macarrão mesmo que você vai. Pode parecer estranho, mas naqueles cursinhos rápidos de gastronomia a gente entra em contato com o “eu interior” (chamado em algumas culturas de “estômago”) e passa um ótimo tempo em nossa própria companhia. Cultivar o individualismo é muito válido, ainda mais antes de casar. Afinal, é difícil ter um momento a sós consigo mesmo quando um outro elemento divide o mesmo teto que você.
É. Pra quem não curte a prática, essa dica não adianta de nada. Mas quem acha bacana ou simplesmente tem curiosidade de saber como seria se…, o melhor momento para descobrir, definitivamente, é antes de casar. Mesmo porque esse é o sonho erótico de 15 em 10 homens e 1 em 30 mulheres, então evite o safanão na orelha pós-namoro/matrimônio e faça agora aquilo que você tem vontade, mas nunca teve coragem de fazer.
É, amiguinha (o). Casamento é igual faculdade: antes da prática, vem a teoria. E nada melhor do que testar sua independência e jogo de cintura do que morar sozinha(o). A experiência também vale se o objetivo for morar com desconhecidos, tipo em intercâmbio. O importante é ver se consegue sair da casa dos pais dando conta do recado, porque depois quando ninguém te aguentar de tanta dependência, não diga que o(a) outro(a) é que é insensível. Ser independente é quase que uma condição sine qua non para o casamento. Afinal, morar junto é um compartilhamento, não um jogo de escorar.
Tem gente que quer comprar aquele carro lindo, aquela bolsa carésima, uma casa de frente pra Baía de Guanabara… tem gente que simplesmente quer gastar tubos de dinheiro com o que boa parte do mundo acha supérfluo, mas que, no íntimo daquele ser, é extremamente necessário. Se tem dinheiro o suficiente para não começar a vida a dois com registro no SPC, gaste com aquilo que você quer. A regra é clara: dormir na mesma cama também significa dividir contas, fazer milhares de orçamentos, quebrar a cabeça para saber onde vai economizar no próximo mês. Vontade dá e passa, mas se não passar e você não tiver comprado, não compra mais nunca. Acredite.
Homens e mulheres de todos os cantos do continente, que atire o primeiro tchaco quem tiver a coragem de falar que depois de casar sobra tempo pra treinar uma arte marcial. Olha, vou te falar, acho pouco provável. Então é bom se matricular agora na academia, escolher sua forma preferida de bater nos outros (esportivamente, claro) e ficar com os reflexos apuradíssimos. Ah! Momento importante para rezar e pedir bastante paciência a seu deus de devoção; afinal, se ele te der força, é capaz de você bater!
Muito importante não esquecer desse detalhe. Afinal, se você vai mesmo casar, tem que tomar logo o porre homérico da vida para servir de anestesia. E esse negócio de que homem cai no abraço das strippers enquanto a mulherada fica em casa adivinhando que lingerie a noiva-cadáver vai ganhar é muito problemático. Cada um tem que fazer o que agrada, e se você deixar seus amigos organizarem tudo por você, espera que lá vem confusão e baixaria. Mulheres, percam o medo de contratar strippers vestidos de bombeiros! O negócio é a diversão e, nesse caso, a mulherada merece uma big party tanto quando os homens, aqueles espertinhos.
Assim, você tem certeza mesmo? Jura? É algo certo na sua vida, tipo um sonho? Casar é bem legal, é uma das coisas mais legais da vida de uma pessoa. O chato é, depois de a coisa toda feita, uma das partes voltar atrás, ver que não era aquilo, que uma família agora é algo precipitado ou que monogamia definitivamente não é a nova onda do momento. Então o jeito é pensar e conversar muito com todas as pessoas que porventura participarem das nove dicas acima.
Não é Show do Milhão, mas se a resposta for positiva à pergunta “você está certa(o) disso? Posso perguntar?”, exorcize seus fantasmas, jogue fora seus medos e corra pro abraço. Afinal, você tem uma longa e divertida vida a dois pela frente. Depois de se acabar na festa. Claro.